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90'S

Ascensão do garoto-propaganda dos anos 90

Mesmo que a história da publicidade no Brasil caminhe lado a lado com o próprio avanço da sociedade, a nossa máquina do tempo vai direto para a década de 1990, uma época em que, após a chegada da televisão, as discussões sobre estratégias de marketing como propaganda, promoção e pesquisa de mercado, evoluíram, provocando uma virada de chave no poder de tomada de decisão de vendas para todo o mercado publicitário brasileiro.

 

Na época, a TV era o meio de comunicação que dominava a grande massa e as campanhas publicitárias ganhavam cada vez mais espaço.

publicidade e propaganda

Créditos: Inauguração TV Tupi em 18/09/1950

Ainda assim, a TV tinha a disputa com revistas, rádios e o próprio jornal impresso. Então, como pensar em uma artimanha que fizesse com que as empresas procurassem as emissoras para divulgar sua marca?

Com o objetivo de vender e inovar o campo da publicidade, as marcas começaram a  trazer um rosto, alguém que a representasse perante seu público, para criar uma espécie de laço afetivo. Dessa forma, surgiram os garotos-propagandas, meras celebridades que emprestavam sua imagem para que determinada marca promovesse seu produto. 

O "boom" dos anos 90

Vídeo: Propagandas que marcaram a história da publicidade e propaganda

influenciador digital

Reprodução: Principais comerciais do "Garoto Bombril"

Existem casos em que a figura do garoto-propaganda tornou-se um fenômeno, como Carlos Moreno, que ficou conhecido como “Garoto Bombril” e esteve por aproximadamente 17 anos, colecionando comerciais icônicos e inesquecíveis. Carlos entrou para o Guinness Book, o livro dos recordes, como o ator que mais comerciais fez para uma mesma marca no mundo todo.

De acordo com uma pesquisa feita com mais de 400 pessoas, o sucesso de Carlos Moreno foi tão grande que, até hoje, ele é o garoto-propaganda mais lembrado pela população.

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E não podemos deixar de citar Sebastian Fonseca, ator, cantor, modelo e dançarino que estrelou as campanhas da C&A, empresa varejista, por quase 20 anos (1990 até 2010) e foi o primeiro garoto-propaganda preto da televisão brasileira. Entrevistado pela equipe, Sebastian, 55, relata que chegou a gravar mais de dois mil comerciais em toda a sua carreira, pois, ao longo de três décadas, gravava em média três comerciais por mês para a marca.

Ele afirma que todo esse sucesso é dado devido ao seu foco e dedicação, pois estudou balé clássico, teatro e música

 

Ao ser questionado sobre o influenciador digital atual ser uma evolução do garoto-propaganda de antigamente, ele afirma:

"Hoje houve uma democratização da comunicação, os influenciadores se colocam na mídia, pegam um aparelho, contam uma história e vendem o produto. Na minha época não, você não se colocava, não tinha selfie, você passava por uma audição de centenas de pessoas para que você fosse escolhido, e sendo escolhido você tinha a oportunidade de se comunicar com um maior número de pessoas".

Sebastian fez questão de destacar o laço afetivo criado a partir da sua imagem, pois se tornou um símbolo tão forte da C&A que é lembrado até hoje, mais de 10 anos após seu último comercial para a marca.

 

“Foram campanhas muito maciças, muito massivas, muito abrangentes, estando de acordo com a receptividade do público. Era um termômetro, quanto mais o público gostava, mais eu estava exposto na mídia, então foi realmente uma relação muito direta, afetiva entre o público, que bebia da fonte daquela expressão, e da minha ação enquanto artista.”

Créditos: Audição do ator Carlos Moreno para a Bombril em 1978

O domínio do garoto-propaganda era tão grande que sua imagem saía dos veículos de comunicação e se tornava uma parte da própria empresa.

“Dentro das lojas eram espalhadas (fotos minhas) no chão da loja, no teto, no balcão. Tinha um cartão de crédito que tinha uma imagem minha”, relembrou Sebastian.

A publicidade com os garotos-propaganda foi o grande marco da televisão nos anos 90, mas, em paralelo, havia a iminente chegada da web. A pergunta é:

 

Como as estratégias de marketing iriam se comportar na virada do milênio?

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influencer

Créditos: Anúncio da RCA sobre a inauguração da TV Tupi - Tv Tupi/ RCA

Naquela época...

apenas 200 pessoas no país eram proprietárias de aparelhos de televisão, que foram contrabandeados e distribuídos pelo próprio Chateaubriand. Mas a noite de estreia da programação foi assistida por vários curiosos que se aproximaram dos 22 receptores distribuídos em 17 lojas no centro de São Paulo.

A imagem acima, que ilustra um desses momentos e cujo autor não foi identificado é provavelmente o registro mais icônica deste momento.

Fonte: Estadão

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